descrição

"Um filo-café é um triciclo. Movimenta-se pelos próprios. Não tem petróleo. A sua combustão é activada pelo desejo. Não se paga, não se paga. Apaga-se. E vem outro. Cabeças sem trono. Um filo-café lembra-se. Desaparece sem dor."

23.5.11

filo-café: arte, cultura e agricultura (contributos)


Oliveira

Deito-te
na cama agrária
do poema


Podes crescer
engolir o tempo
quando exuberantes
os teus versos
ofertarem azeitonas
e o teu óleo iluminar
a escuridão das feridas

Por breves estações
a imortalidade
na folha perene

Quero plantar-te sem inútil
melopeia

O azeite das palavras derrama-se
em ti
até que o traduzas
em paz.


marília miranda lopes



As mãos cobrem a terra nos lábios

rarefeitos - a ténue emoção do rosto

rarefeitas - as mãos cobrem a boca

na água nocturna

no sucalco

as mães gritam aos penhascos

com a barriga exangue

o húmus cavernoso

há o sal a pairar na terra

e a tocha abre o córtex

com um pedaço de sombra sobre o corpo

recôndito - um espasmo sobe as pernas

como a meia-noite em esperma

esquece-se a mênstrua saia do mundo


carlos vinagre




a lavandeira


carmen penim perez















lois gil magariños

9.5.11

filo-café: arte, cultura e agricultura (inscrições)


Abertas as inscrições gratuitas nas seguintes áreas: pensamento, multimedia, escrita, performance, fotografia, video. As inscrições devem ser enviadas para:


Inscritos (em permanente actualização):

Maria Estela Guedes (org, Britiande); Tuna de Britiande (música, Britiande); Leontina Santos Ribeiro (árvores, Viseu), Alberto Augusto Miranda (verbo, Canidelo); Spabilados Teatro Hedonista (teatro, vila real); Carlos Silva (fotografia, Porto); João Rebelo (diseur, Lamego); Fernanda Frazão (prosa, Lisboa); Alexandre Teixeira Mendes (verbo, Porto); Albino Matos (Coimbra, poesia); Maria Carvalho (texto, Porto); Virgílio Liquito (texto, Gaia); Carlos Vinagre (texto, Espinho); Sara Miranda (texto, Porto); Manuel Lopes Azevedo (plantações, Vancouver); Manuel Rodrigues Alves (pintura, Lisboa); Henrique Dória (texto, Porto); Rui Maia (fotografia, Espinho); Marília Lopes (texto, Vila Real; Jorge Trindade (música, Vila Real; Pedro Baco Monteiro (verbo, Espinho);


************************
Pretendemos sensibilizar os artistas para a sua ascendência agricultora, os lavradores para a arte como estímulo do desenvolvimento do cérebro, e chamar a atenção para a (agri)cultura, enquanto motivo da nossa sobrevivência em Gaia.
Inscrições abertas nas áreas da botânica, pensamento, performance, música, artes visuais, letras, multimedia.
Tempo de atuação: 10 minutos.
Os trabalhos apresentados serão publicados no TriploV (www.triplov.com), estando conformes com as normas.

PROGRAMA PROVISÓRIO

17h - Inauguração do «Arboreto Francisco Newton». Pequeno discurso a explicar quem foi Francisco Newton e o que é um arboreto. Piquenique.
Plantar-se-á uma árvore simbólica e os participantes são convidados a trazer sementes, estacas ou árvores de espécies que não precisem de rega (apenas espécies da nossa flora, de preferência silvestres, com exclusão de espécies exóticas). A planta deve vir acompanhada por ficha de identificação em que figurem estas informações (quando forem conhecidas):

Nome científico
Nomes vulgares
Distribuição geográfica
Nome do ofertante
Data

As plantas serão depositadas na terra, e os participantes convidados a acompanhar a sementeira com música e declamação de poesia bucólica de sua autoria, ou qualquer outro tributo artístico à Terra-Mãe.

21h - Filo-café -Restaurante Castiço