descrição

"Um filo-café é um triciclo. Movimenta-se pelos próprios. Não tem petróleo. A sua combustão é activada pelo desejo. Não se paga, não se paga. Apaga-se. E vem outro. Cabeças sem trono. Um filo-café lembra-se. Desaparece sem dor."

28.6.10

las raizes i ls fruitos (palaçoulo - miranda do douro)


Inscritos:

Carlos Vinagre (poesia, espinho), Pedro Jordão (fotografia, canidelo), Carlos Silva (fotografia, porto), Sandra Guerreiro Dias (poesia, coimbra) , Iolanda Aldrei (poesia, imagem,) Fátima Vale (performance, serapicos), Bruno Miguel Resende (performance, matosinhos), Manoel Bonabal (pintura, galiza), Eva García (fotografia, santiago compostela), Rute Oliveira (poesia, coimbra), Terra na Boca (porto), Henrique Dória (mondim de basto), Inês Simões (fotografia, espinho)

27.6.10

21.6.10

filo-café: esquecimento - contributos

galaaz


a memória

pintura de: elisabete pires monteiro

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fotografia de: carlos silva


***

Jacob partiu


Repetiam sem pausa “Amen”

Enclausurados na antiga Cripta

Permaneciam fixos com a alma dada

E a sensualidade amordaçada

Para que Deus estavam eles virados?


O Poeta morreu, mas jazia entranhado

Em cada pedra exaltada

Outrora por aquele mal-amado,

Daqueles que queriam a verdade.


“Como Senhores, permanecem ainda por aí

Nessa ilha impalpável,

Labirinto de pensamentos cruzados,

No meio dessas Gárgulas de pedra fossilizadas?


Como viveram com a negação da Puberdade,

O enterro de todo passado,

O odor da vulva nunca ousado,

O Labor como única armada

E o esquecimento como meta alcançada?


Continua ele a vaguear nesse lugar falado?

Subterrâneos ocultos àqueles á terra fixados

Os Dados serão lançados até ao tempo inalcançável

Quem os calará?


poesia de: elisabete pires monteiro

***

t(u)o-que-é(e)s-c(s)im-e-em-tu(o) tu-és de-muita-fé


a poesia

é que é ------ cimento

é que é

és-(que)-é-cimento,

arre – fé – no – cimento,

esque-c-imento.


(…)


os poetas são

portanto

pessoas de muita fé,

com pouca fé no cimento

portanto,


per-du-ra-do-res (per-duram?) -----------

pen-du-ra-do-res (penduram-se nas dores?) ------------

per-da-do-res (per de per e dores de dores?) -----------

per-de-do-res (maus perdedores?) --------------

perde-dores (perdem-se por dores?) ------------

pe-de-dores (pedincham dores?) ----------------



POR-TANTO


por tanto, pre-da-do-res por tanto muito mais que tanto tanto mais que,


ISTO É


perduram (-se) nas palavras -------------

penduram (-se) nas palavras ---------------

per-dão-se através de, nas palavras -----------

perdem (-se) de por palavras ----------------


perdem as palavras (se)

pedem as palavras (se)


se


para não caírem em – és - és-que-cimento

no cimento

em es-quen-tamento

em es-ta-rre-ci-mento

em tu-es-que-ci-men-to-que ------- és?


(…)


os poetas escrevem

para não se esquecerem de nada,

como se fossem às compras

aviar a cesta,


como se fossem esquece-dores

como se se esquecessem das dores

como se não se lembrassem de nada

como se não, não pudessem nada

como se fosse possível o cimento

como se fosse possível o esquecimento

como se


nada pudessem


esquecer-se


de nada


pudessem


esquecer-se


pudessem esquecer.,-------se


se se pudessem esquecer


a-que-cer


a-quem-ser


de-quem-ser


o-que-se


ser-que


o-que-ser,


(…)


os poetas


não escreviam nada,


não és- o-que-viam?


nada


o que entre-viam?


nada


o que entre-entre-tanto-viam?


nada


o que entre-entre-tanto-esqueciam?


nada.


(…)


a poesia

é que é

és

esquecimento.


poema de: sandra guerreiro dias

dito por: sandra guerreiro dias e rute oliveira







pintura de:

Texto 1
silêncio duradouro nos olhares arqueados. Um órfão na terra inventa as alavancas do deserto, a arqueologia da esfinge, o (re)nascimento do não-sentido e um homem de reminiscências solares abandona o espaço dos tumultos e entra na floresta isotrópica. em todas as direcções o homem é idêntico a ele mesmo. em todas as direcções o grito de Deus é o grito de toda a ausência.
os aposentos sábios das fábulas, a dispersão das calamidades, a descoberta da instrução do livro-do-VAZIO, das mordeduras raras, da voz-iniciática, das lenhas cosmogónicas onde o cloro dos mosquitos-cranianos e as teclas dos anarquistas-das-linhas-de-
comboio como um compêndio de construções corporais envenenam as elásticas expectativas do triângulo das eiras.

vegetal-tijolo-golpes-de-irradiações(correntes eléctricas dos crustáceos). Túnicas-de-transparências de Michaux nas aguarelas de HÔGAN DAIDÔ.

(continue a ler este texto aqui)

texto de: Luís Serguilha

19.6.10

esquecimento (espinho): reportagem



fotografia de: carlos silva

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desenhos de: manoel bonabal

10.6.10

esquecimento (espinho): performance










(bruno miguel resende & fátima vale)

esquilia divinorum



carlos silva


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