descrição

"Um filo-café é um triciclo. Movimenta-se pelos próprios. Não tem petróleo. A sua combustão é activada pelo desejo. Não se paga, não se paga. Apaga-se. E vem outro. Cabeças sem trono. Um filo-café lembra-se. Desaparece sem dor."

23.5.11

filo-café: arte, cultura e agricultura (contributos)


Oliveira

Deito-te
na cama agrária
do poema


Podes crescer
engolir o tempo
quando exuberantes
os teus versos
ofertarem azeitonas
e o teu óleo iluminar
a escuridão das feridas

Por breves estações
a imortalidade
na folha perene

Quero plantar-te sem inútil
melopeia

O azeite das palavras derrama-se
em ti
até que o traduzas
em paz.


marília miranda lopes



As mãos cobrem a terra nos lábios

rarefeitos - a ténue emoção do rosto

rarefeitas - as mãos cobrem a boca

na água nocturna

no sucalco

as mães gritam aos penhascos

com a barriga exangue

o húmus cavernoso

há o sal a pairar na terra

e a tocha abre o córtex

com um pedaço de sombra sobre o corpo

recôndito - um espasmo sobe as pernas

como a meia-noite em esperma

esquece-se a mênstrua saia do mundo


carlos vinagre




a lavandeira


carmen penim perez















lois gil magariños

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