Sociedade de Instrução Guilherme Cossoul
18H00 - 30 JUNHO, 2004
Filo-Café: Interpretação
Convidada: Inês Morais
Merdemoiselles apresenta Em Cena: Três Quadros de Virgínia Wolf
Intérpretes: Alexandra Bernardo, Célia Machado, Laura Moura, Sónia Alves
Dramaturgia e encenação: alberto augusto miranda
Mais do que uma história, este texto de Virgínia Woolf apresenta-se sob os fumos do ensaio, com o seu prolegómeno dialógico e vívido seguido de três momentos – quadros – confirmadores do programa inicial.
Em tal processo, o elemento dialecticamente transfigurador é aquele em que a síntese, sendo o corolário de uma tese (o encantamento) e de uma antítese (ruptura do encantamento), não produz um facto novo, antes se situa no lugar do retorno.
O programa ensaístico de Virgínia Woolf retira ao entorno vital o lugar da superação. Exterior e Interior prefixam inexoravelmente o signo vida. A chave vai ser (re)descoberta nos aposentos da morte configurada como um não-lugar ao qual se torna, como espaço placentário que protege dos prazeres e das dores, numa estranha dimensão líquida abstinente de vibrações. Em Três Quadros a morte é também o lugar da normalidade: o dia-a-dia com suas repetitivas tarefas, as paisagens paradas que os humanos igualmente são, a ausência do sonho e da inquietação.A vida – ilusão e desilusão – é apenas uma experiência de campo, uma luz intensa de mãos dadas com o seu naufrágio: o escuro profundo. Maruschka Lotti
Entrega do Livro:
OZU - Catálogo de textos (Edições fluviais), coordenação Joana Lima
Sem comentários:
Enviar um comentário